Um mês e tal depois da última mensagem, aparecem novidades no blogue. Não se trata falta de inspiração, mas sim falta de tempo. É verdade que o computador também não ajuda muito, mas espero que o n.º de fotografias apresentadas e o conteudo desta mensagem, suprima esta longa ausência.
Esta mensagem além da 1ª viagem ao Continente Africano, representa o recorde de fotografias tiradas numa só aventura de Fernão Veloso. Se alguma vez me referi à palavra aventura nas viagens feitas pelo boneco, esta denominação foi claramente bem empregue desta vez. A viagem ao invés de utilizar o habitual meio de transporte, o avião, foi feita de automóvel. De Portugal a Marrocos vão muitos Km’s mas isso não foi um obstáculo para quem viveu esta viagem.
A primeira paragem em África, para tirar uma fotografia ao Veloso, foi já nas montanhas. No interior de Marrocos fica a cidade de Chef-Chouen.
A cidade é conhecida como “cidade branca” ou “pomba branca”. De ruas estreitas e íngremes, e edifícios caiados de branco e índigo, a cidade apresenta-se com características marcantes. True blue, tudo a condizer com o blogue…
As tintas usadas neste tom de azul têm componentes que ajudam a proteger as casas dos insectos e do calor abrasivo.
O próximo conjunto de fotografias, documentam a passagem por Fez, uma cidade também no interior, mas mais para este.
Na cidade encontra-se a maior Medina (cidade árabe tradicional, cercadas por muralhas) de Marrocos e a mais antiga Universidade do Mundo, a Universidade de Karueein.
Fez, foi fundada em 808, tendo sido a capital de Marrocos durante vários períodos. Em 1912, grande parte de Marrocos caiu na influência francesa e Rabat passou a ser a capital.
Em 810 a.C. foi construída a Mesquita de Qarawiyyin ou Karueein que permanece até hoje a maior e a mais velha mesquita de África.
A Universidade mais velha, a maior mesquita, a maior Medina, o maior n.º de fotografias….é só recordes…
A Medina de Fez el-Bali é ainda uma cidade “medieval”. As portas, os muros que cercam a cidade, as suas mais de 9.000 ruelas, o seu mercado público ao ar livre (Souk), e as suas Tanneries, fazem de Fez uma das melhores atracções de Marrocos.
No local onde se encontram as Tanneries, encontramos características singulares. Muita cor, um cheiro fortíssimo a couro de animais acabados de matar, o cheiro a esterco, ou cocó de galinha, o cheiro a ácido sulfúrico e o cheiro intenso a amónia. Tudo no mesmo local onde se processa o curtume e tingimento do couro. Atenção, putos queques e betinhos, não passem por lá!
À borda destes tanques, cheios de diferentes misturas e cores, com quase 2 metros de diâmetro, os trabalhadores lavam, amaciam, desengorduram, tiraram pelos e tingem os couros dos animais. Tudo muito artesanal e janota…
Uma presença comum em Fez, são os burros. Estes animais são ainda muito usados como meio de transporte.
Como se diz burro em Marrocos?
A finalizar, a pasagem por Fez, temos uma foto de um “Marroco Junkie”. Não, não é o nome da bebida, é sim o tipo lá atrás em 2º plano…brilhante!
Perto de Fez, fica Meknés. Esta cidade foi a próxima paragem. Aqui a espectacularidade e imponência das muralhas (Kasbahs) de entrada na Medina, marcam.
A Kasbah mais visitada em Marrocos, é a Kasbah de Meknés, e o Fernão Veloso já lá foi!
Trata-se de uma Kasbah tripla, com um muro de 25 Km de comprimento e 15 metros de altura. O acesso à cidade de Meknés dá-se através de umas grandiosas portas (Babs), nove ao todo, cada qual com quatro torres de observação.
Meknés e a sua monumental Kasbah, chegou a ser conhecida como "A Versailles de Marrocos".
Bonita fotografia do pôr-do-sol em Meknés.
A aventura, dentro da aventura, foi naturalmente a passagem pelo deserto do Sahara.
Entre Rissani (uma cidade muuuuito pobre) passando junto à fronteira com a Argélia, e ainda pelas dunas de Erg Chebbi, onde não existe água, luz e todas as coisas que estamos habituados, acredito que a vontade de rir, não tenha sido muita…pelo menos na altura…Mas por certo o espirito de uma viagem no deserto foi alcançado.
Tudo o que se possa pensar numa viagem ao deserto, encontra-se nesta aventura. 4 horas de viagem de dromedário, muitas dores nas pernas, dormir no chão com cobertores a cheirar a xixi de camelo, água gelada para fazer a higiene e uma “chuvinha” à mistura... imaginam como foi, certo? Putos queques e betos, não venham para aqui também. :-)
Bonitas fotografias, bonita aventura... ( como se diz isto em Marrocos? )
A fechar o registo fotográfico temos 2 bonitas fotografias, a primeira de Marraquexe (sitio porreiro para gastar uns trocos). A segunda, da cidade de Asilah.
Asilah, cidade na costa noroeste, ainda com uma influencia muito marcada pela presença dos Portugueses.
Em suma, Marrocos é um destino que apesar de possivelmente não termos ideia, excluindo as crianças, claro, conta com uma população muito fascinante, educada, simples e com uma vontade de ajudar, inegável. Um destino que é recomendado vivamente pelos meus amigos Rui e Vanda, a quem deixo os meus agradecimentos por esta fantástica aventura e grandioso registo fotográfico.
Abraço de amizade para todos
PS – Ao que parece no meio desta viagem sob uma forte chuvada, uma ponte desapareceu do mapa, devido à subida do nível das águas. (Putos queques e betos, fiquem mesmo em casa…)